Artigo 3
✨ A Sagrada Escritura
I. Cristo – Palavra única da Sagrada Escritura
Deus, em sua bondade, revelou-Se aos homens falando-lhes em palavras humanas. Assim como o Verbo eterno do Pai assumiu a carne da fraqueza humana, as palavras de Deus expressas por línguas humanas tornaram-se semelhantes à linguagem humana. Por meio de todas as palavras da Sagrada Escritura, Deus pronuncia uma só Palavra, seu Verbo único, no qual se expressa por inteiro. A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras como venera também o Corpo do Senhor, apresentando aos fiéis o Pão da vida tomado da Mesa da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo. Na Sagrada Escritura, a Igreja encontra incessantemente seu alimento e sua força, pois nela não acolhe somente uma palavra humana, mas o que ela é realmente: a Palavra de Deus.
II. Inspiração e verdade da Sagrada Escritura
Deus é o autor da Sagrada Escritura, tendo inspirado os autores humanos dos livros sagrados. Para compor os livros sagrados, Deus escolheu homens que, usando suas próprias faculdades e capacidades, escreveram tudo o que Deus queria que fosse escrito. Os livros inspirados ensinam a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas Sagradas Escrituras. A fé cristã não é uma “religião do Livro”, mas da Palavra de Deus, que não é uma palavra escrita e muda, mas o Verbo encarnado e vivo. A Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada à luz do mesmo Espírito que a inspirou.
III. O Espírito Santo, intérprete da Escritura
A Igreja, ao interpretar a Escritura, deve considerar o conteúdo e a unidade de toda a Escritura, a Tradição viva de toda a Igreja e a analogia da fé. As Escrituras devem ser lidas com atenção ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura, pois a diversidade dos livros não se opõe à unidade da fé. A Tradição viva da Igreja e a analogia da fé são critérios essenciais para a interpretação correta das Escrituras.
IV. O Cânon das Escrituras
Foi a Tradição Apostólica que levou a Igreja a discernir quais os escritos que deviam ser contados na lista dos livros sagrados. Esta lista integral é chamada “Cânon” das Escrituras. Comporta, para o Antigo Testamento, 46 (45, se se contar Jeremias e as Lamentações como um só) escritos, e, para o Novo, 27. Os quatro Evangelhos ocupam um lugar central, já que Cristo Jesus é o centro deles. A unidade dos dois Testamentos decorre da unidade do projeto de Deus e de sua Revelação. O Antigo Testamento prepara o Novo, ao passo que este último cumpre o Antigo; os dois se iluminam reciprocamente; os dois são verdadeira Palavra de Deus.
V. A Sagrada Escritura na vida da Igreja
A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor: ambos alimentam e dirigem toda a vida cristã. “Tua Palavra é a lâmpada para meus pés, e luz para meu caminho” (Sl 119,105).
Por Minha Fé Católica