O Mistério Pascal
✨ Paixão, Morte, Ressurreição e Ascenção de Jesus
1. O pecado: ofensa grave ao Deus infinito
A nossa caminhada rumo aos sacramentos precisa começar com um olhar verdadeiro sobre o drama do pecado.
O pecado não é apenas uma falha moral. É uma ofensa grave ao Criador, pois rejeita o amor e a vontade de Deus. Como Deus é infinito, a ofensa torna-se desproporcional, impossível de ser reparada por forças humanas. Somos incapazes de nos redimir sozinhos.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que o pecado é uma rejeição de Deus e da sua vontade (cf. CIC 1849-1850). Não é apenas uma falha moral, mas uma ruptura da aliança com Aquele que é o Bem supremo.
“Toda culpa, por menor que pareça, é uma afronta ao infinito amor e santidade de Deus. E por ser dirigida a um Deus eterno e infinito, sua gravidade excede qualquer reparação humana.”
Nenhum de nós, por si só, é capaz de reparar tamanha ofensa. Nosso pecado gera uma dívida espiritual que jamais poderíamos pagar. Por isso, se não fosse o amor misericordioso de Deus, estaríamos eternamente separados Dele.
2. Deus envia o Redentor
Mas Deus, que é rico em misericórdia (Ef 2,4) e infinito em seu amor não nos abandonou. Ele enviou seu próprio Filho, Jesus Cristo, sem pecado, para assumir sobre Si todos os pecados da humanidade. Ele se entrega livremente à Paixão — não forçado, mas por amor a nós e em perfeita obediência ao Pai.
“Ele não cometeu pecado, nem se achou mentira em sua boca” (1Pd 2,22), mas carregou sobre si o castigo que nos salva (cf. Is 53,5).
Jesus sofreu e morreu por nós, não por obrigação, mas por amor. Amor ao Pai, em perfeita obediência, e amor a nós, seus irmãos. Ele viveu a Paixão de forma livre, com o coração entregue:
“Ninguém tira a minha vida, mas eu a dou por minha própria vontade” (Jo 10,18).
Na cruz, Jesus sela uma nova e eterna aliança entre Deus e a humanidade. Ele é o novo Cordeiro pascal, que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1,29), e estabelece uma reconciliação definitiva entre o céu e a terra (cf. 2Cor 5,18-19).
3. A Ressurreição e a vitória sobre a morte
O sofrimento de Cristo não termina na cruz.Ao terceiro dia, Ele ressuscita glorioso, vencendo a morte, o pecado e o inferno. Ele prova que é o Filho de Deus e nos revela que a vida venceu! A Ressurreição nos abre a esperança de também ressuscitarmos com Ele.
“Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15,20).
A ressurreição não é apenas um milagre para admirarmos, mas uma promessa para nós: se morremos com Cristo, com Ele também ressuscitaremos (cf. Rm 6,5). A morte deixa de ser o fim, e se torna uma porta para a eternidade.
4. A Cruz: não derrota, mas vitória
Para quem crê, a cruz não é escândalo ou loucura ou sinal de morte, como diz São Paulo, mas força e sabedoria de Deus (cf. 1Cor 1,18-25). Ela é o lugar onde o amor venceu e se fez total, um símbolo da salvação.
“Ao ser elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32).
A cruz de Cristo é sinal de esperança, porque nela foi vencido tudo aquilo que nos afastava de Deus. Ela não marca o fim da história, mas o novo começo da salvação.
5. A Ascensão: a humanidade elevada
Depois de ressuscitar, Jesus permaneceu com seus discípulos por quarenta dias, ensinando e preparando-os. Em seguida, Ele sobe aos céus e se assenta à direita do Pai (cf. At 1,9-11).
Na Ascensão, a humanidade é elevada junto com Cristo. Nosso destino não é o túmulo, nem a destruição. É o céu. Lá está o nosso lugar.
“Vou preparar-vos um lugar” (Jo 14,2). “Onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Mt 6,21).
Cristo ascende, mas não nos abandona. Ele nos envia o Espírito Santo — que vocês receberão na Crisma — para continuar Sua presença na Igreja, nos sacramentos e na missão.
6. A resposta a tudo isso: Atos 2,14-36
Agora podemos compreender melhor o que Pedro anuncia com coragem em Atos 2,14-36:
Jesus foi entregue pelos nossos pecados (v. 23)
Vocês o crucificaram, mas Deus o ressuscitou! (v. 24)
Ele foi exaltado, está vivo, e derrama sobre nós o Espírito (v. 33)
Ele é o Senhor e Cristo (v. 36)
E a multidão, tocada no coração, pergunta:
“O que devemos fazer?” (v. 37)
A resposta é a mesma que Pedro deu:
“Convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.” (v. 38)
7. Conclusão e convite
Queridos irmãos, esse é o mistério que estamos prestes a viver nos sacramentos da iniciação cristã. Vocês serão lavados no Batismo, fortalecidos na Crisma, e alimentados na Eucaristia, para viverem uma vida nova — unidos a Cristo, crucificado e ressuscitado.
Acolham com alegria esse dom. Deixem-se transformar pelo amor de Deus. Como Pedro, sejam também vocês testemunhas da ressurreição, anunciadores da vitória da cruz. 🙏
Por Minha Fé Católica - 11/04/2025