Apocalipse 2,23
Introdução
Em Apocalipse 2,23, diz:
“Matarei os seus filhos, e todas as igrejas saberão que Eu sou Aquele que sonda os rins e os corações, e retribuirei a cada um de vós segundo as suas obras.”
Essa passagem, inserida no contexto da mensagem à igreja de Tiatira, é uma afirmação direta sobre a responsabilidade individual e a relação entre obras e julgamento divino. Ela é profundamente relevante para refutar o “sola fide” e destacar o papel essencial das obras na vida cristã.
O Contexto de Apocalipse 2,23
Essa mensagem é dirigida à igreja de Tiatira, onde Jesus reconhece algumas qualidades positivas (fé, amor, serviço e perseverança, cf. Ap 2,19), mas também denuncia a tolerância com Jezabel, uma figura simbólica que representa corrupção espiritual e moral. No versículo 23:
Jesus se apresenta como Aquele que sonda os rins e os corações, ou seja, Ele conhece profundamente as intenções, pensamentos e motivações das pessoas.
Ele declara que retribuirá “segundo as suas obras”, indicando que nossas ações — boas ou más — terão consequências eternas.
Retribuição Baseada nas Obras
A afirmação “retribuirei a cada um de vós segundo as suas obras” é um ensinamento claro sobre a justiça divina:
Deus não julga apenas com base na fé ou em palavras, mas nas obras realizadas ao longo da vida.
As obras não são opcionais, mas um critério pelo qual seremos julgados.
Essa passagem está em perfeita harmonia com outras Escrituras, como:
Romanos 2,6: “Deus retribuirá a cada um segundo suas obras.”
Mateus 16,27: “O Filho do Homem virá na glória de seu Pai com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme as suas obras.”
Refutação do “Sola Fide”
Apocalipse 2,23 refuta a ideia do “sola fide” porque:
1. As obras são indispensáveis no julgamento: Jesus deixa claro que o critério de julgamento inclui nossas ações, e não apenas nossa fé ou intenções.
2. A fé deve ser operante: A retribuição pelas obras mostra que a fé genuína sempre se manifesta em ações concretas. A ausência de boas obras revela uma fé estéril ou inexistente (cf. Tiago 2,26).
3. Intenções e ações são avaliadas juntas: Jesus sonda os rins e os corações (intenções), mas retribui segundo as obras (ações). Isso destaca que a vida cristã exige coerência entre o interior e o exterior.
Conexão com o Juízo Final
Apocalipse 2,23 antecipa o tema do juízo final, onde todos serão julgados pelas suas obras (cf. Ap 20,12). Aqui, Jesus deixa claro que o julgamento é individual e baseado no que cada pessoa fez ou deixou de fazer.
Essa visão é consistente com a mensagem de Mateus 25,31-46, onde Jesus julga as pessoas com base nas obras de misericórdia, como alimentar os famintos e cuidar dos doentes.
Reflexão Sobre as Obras
Essa passagem nos convida a refletir:
Como estão minhas obras? Minhas ações refletem a fé e o amor a Deus e ao próximo?
Minha fé é viva ou estéril? Estou permitindo que minha fé produza frutos de caridade, justiça e santidade?
Estou atento às intenções e ações? Jesus avalia tanto o interior quanto o exterior; ambos precisam estar alinhados com a vontade de Deus.
Aplicação Prática
Diante de Apocalipse 2,23, somos chamados a:
Praticar boas obras: Fazer do amor ao próximo uma expressão concreta de nossa fé.
Manter a coerência entre fé e ação: Viver de forma que nossas obras reflitam nossa união com Cristo.
Buscar retidão interior e exterior: Permitir que o Espírito Santo transforme nosso coração e nossas ações.
Conclusão
Apocalipse 2,23 é um poderoso lembrete de que seremos julgados segundo nossas obras. A fé é o fundamento da vida cristã, mas as obras são o fruto visível dessa fé e o critério pelo qual Deus retribuirá a cada um. Essa passagem refuta o “sola fide” ao mostrar que a vida cristã exige uma fé viva, operante e expressa em ações concretas.
Que possamos permitir que Cristo sonde nossos corações e guie nossas obras, para que elas glorifiquem a Deus e testemunhem nossa fé autêntica. 🙏
Por Minha Fé Católica - 16/04/2025